retalhos cerzidos

"eles passarão... eu passarinho"

Textos


Oi gente, boa tarde.

Outro dia eu lhes escrevi sobre um episódio acontecido comigo, de nas ruas aqui da Cidade encontrar um cara das antigas, da Apicultura, que então conversamos sobre agroecologia, sobre a “feira agroecológica” (muitas aspas) que acontece aqui na Cidade aos sábados... Eu disse que o sujeito me convidara a fazer parte dum grupo no WhatsApp sobre melíponas (abelhas nativas, sem ferrão), e que eu disse, ué, tudo bem. Naquela ocasião eu fiquei bem contente, lhes disse. Banalizei de eu viver isolado — é o que dá pra ser —, mas não, jamais vulgarizo o fato de estar cercado de vizinhos calhordas, covardes...

   Um destes, caseiro do sítio aqui de baixo, o sítio que foi de Papai, da servidão o cara esgoela à minha janela “Germino, seu maconheiro, vou te dar um tiro na cara!”, e completamente encharcado de cachaça vai à porteira berrando... Isso por eu pedir que abaixasse o volume absurdo da música. D’outro lado tem o da frente, o escroque com especialidade em agiotagem e covardia. Covardia!!! Um dia, pelas minhas costas e de frente pra dois policias ambientais com quem eu falava sobre o meu arroio vindo lá da nascente do dito-cujo, eu dizendo que o rego d’água tá atulhado de brita e de lama há dois anos, isso pelo rompimento da barragem que o escroque fizera. Fez feito a sua cara uva-passa. Eu falava com os policiais sobre o ocorrido quando pelas minhas costas e de frente pros policiais o covarde me dá uma gravata e tenta me socar. Rapidamente, meio que no susto, me desvencilho e parto pra cima, quando rapidinho um dos policiais me agarra e ameaça me dar voz de prisão. E eu: eu, preso por ser agredido??? Cara, ele que me agrediu, nas suas fuças, e ele tá armado, olha ali na cintura. Tem testemunhas, olha aí! Os policiais, sem nem verificarem se o pulha teria autorização, porte da arma, e os policiais ambientais dizem que hoje em dia pode, tá autorizado. Isso foi ali na estrada, beirando à entrada lá do Tião e da Maria, onde, além da Maria também estavam o João Pedro lidando com as vacas mais o Caio com a lavoura.

   Era feriado da independência, 07 de setembro de 2019. Dias depois eu contei isso pro meu filho lá na sorveteria Itália do Largo do Machado, depois dum almoço de seu aniversário. Mamãe estava.

   Com a atual polarização ideológica, imagino em quem tais cretinos votam, meus vizinhos e aqueles guardinhas coniventes ao laranja do filho do bicheiro A. A. na concessão da pedreira aqui da cidade, mineração onde aquele pôs o próprio filho como concessionado, assim terceirizando o laranja, a si próprio, numa... numa, fazendo uma laranjada.

   Voltando, eu aqui no Paiol Velho, meio isolado e cercado por calhordas por todos os lados, eu contava que fiquei contente de encontrar um sujeito das antigas e que possivelmente teria um interlocutor pra assuntos de meu atual interesse, como a agroecologia.

   Daí de vocês vieram observações me orientando pra eu ir me desmamando do assunto Besta-Fera, tema que me faz muito mal e, sei, mal a todos. Considerei as ponderações pertinentes: de fato, tô intoxicado. Então, por uns dias eu ponderei sobre as trocas de mensagens e voltei ao texto.

   Li e não vi onde gratuitamente comparo os baba-ovo — por burrice ou escrotidão — do genocida e reles ladrão de joias, nem de sua seita, ali eu não vi onde falo que aduladores daquilo, o pulha, de estes também serem igualmente genocidas... Exemplificando, até me fizeram um paralelo: não dá pra se semelhar quem admira o atual “presidente ladrão”, o Lula, a quem o apoia, e assim taxar todos de ladrão também. Não, sim, eu o admiro, e muito! Admiro o Lula ter saído duma prisão de 500 dias e batido de frente, se elegido presidente, vencido aquilo, o genocida, e assim amainar o espírito indecoroso que pairava e ainda paira na sociedade. Admiro-o, sim, mas não sou lulista — já lhes falei sobre e, portanto, acreditem se quiserem. Admiro o presidente que um juiz intencionado politicamente acusava de roubar a maior empresa estatal, juiz esse que tencionava, junto com procuradores ignóbeis, a embolsarem multas bilionárias das empresas que empregavam milhares de trabalhadores país afora, aqui e lá fora, esse juiz mais os seus destruíram a indústria nacional acusando o ex metalúrgico de ladrão... Aquele juiz com a sua lava-jato — que deu em vaza-jato — ajuntou-se a procuradores inescrupulosos e à imprensa hegemônica, assim, bem juntos feito quadrilha. Esse juiz foi o maior responsável pelo antilulismo e pelo antipetismo ferrenhos que se alastrou, assim originando toda essa imensa merdalhada que vivemos. Aquele juiz do Paraná abriu o tampão do bueiro pra extrema direita emergir do esgoto, e sem vergonha alguma espargir a corja de inescrupulosos e incompetentes militares e civis, todos pra lá de maus e pra lá de mal intencionados, e que ainda hoje amoitam-se entre agentes públicos de variadas atividades e níveis.

Se o Lula junto com a Frente Ampla (ampla demais, amplíssima!) perdem a eleição e aquilo continua, caramba, o Brasil, todos estaríamos terrivelmente bem fo-di-dos!

   No texto que lhes enviei eu disse e repito que quem admira aquilo, aquele ser abjeto, argh, e passou pano pros seus deboches enquanto a população penava na pandemia, enquanto a população passava fome crônica indo à cata de osso, osso pra lamber fiapo de carne, sopa de osso — que imagem! —, enquanto esfomeados iam catar pele e pé de galinha (vendidos!), enquanto aquele arrotava que não é coveiro nem nada disso aí, taokei, e mais demais vômitos, aberrações esdrúxulas tão singulares a si próprio, sincericidas escrotidões... Quem admira aquilo faz-se igual.

   Naquela mensagem eu contei que o engenheiro florestal estabelecido nessas bandas, quem eu acabara de encontrar aqui na região de prefeitos, de comerciantes e da população atulhada de fascistas, ele, aquele se mobiliza e ajunta interesses próprios e impróprios e assim alça voos espúrios, vaidosamente afagando o ego.

Sim, proporcionalmente tais figuras são iguais! Daí então vêm alertas do perigo de eu estar completamente imerso no vômito daqueles... Considerei o dito e digo que sim, infelizmente eu estou submerso no esgoto alheio, o daquela seita... e enojado!

   Considerando que fiquei tão “contente por encontrar” — na ocasião, ali na rua, sem as aspas, mas sinceramente —, contente por estar com um possível interlocutor pra assunto que me desperta interesse, a agroecologia. Entendendo que, diferentemente do agronegócio, agroecologia é a forma de cultivo natural de alimentos, sendo uma das maneiras de mitigar o desastre climático que ronda o planeta. Eu estava assim, sim, bem contente. Naquele domingo, vindo de Paty via Capivara, Sertão dos Coentros e Barro Branco, por onde vez e outra eu passo passeando de motocicleta, naquele domingo eu quase passo no sítio do cara. Não entrei, sei lá, por um triz. E quando cheguei em casa, dou com mensagem daquele... O cara me envia um vídeo sobre clima absurdamente mentiroso, descarado, cinicamente negacionista. Assustador.

   Carlos Nobre é um cientista meteorologistas, guardião planetário, e com nobreza (inevitável trocadilho) se propõe a explicar aos patridiotas, se digna a lhes dizer tintim por tintim e gratuitamente sobre a gravidade da situação que já está aí. Àquele ultraconservador enviei alguns vídeos do cientista.

Por fim, passem olhos nos vídeos do canal “Tramita — patriota como você” (atentem ao subtítulo — dá arrepio, nojo...), vídeos terrivelmente besta-fera. Se derem uma olhadela naquilo entenderão que é difícil de me verem, de verem que eu esteja tão-somente me auto envenenando, mas, senão, sim, tão profundamente indignado eu estou a me proteger.

 

Em tempo: vocês estranharam um cretino daquela laia ser ligado em agroecologia... Me espantou a ligeireza dele tentar me cooptar à seita com vídeos negacionistas. Aqui eu conheço uns outros convertidos à seita: um é atendente de farmácia que gosta demais dunzinho, com quem até já meei cultivo duns pés pra uso próprio; outro é um agrônomo com “horror ao descondenado” e eleitor do Besta-Fera e faz uso da erva — na escassez, em descontrole de estoque, já nos socorremos. Com estes ainda dá pra trocar assuntos miúdos e variados... Bem mais ou menos, é verdade.

É isso. Beijos e até.

 

Em tempo II: escrevi isso aqui no Word, num computador normal, com teclado e monitor normais, e tinha a intenção de copiar no WhatsApp. Mas, pô, três páginas, que trabalheira (aquela teclazinha é danada). Ali, daqui pra lá num dá pra simplesmente copiar e colar... Então lhes enviarei por e-mail. Assim a leitura até fica menos maçante (espero que leiam).

 

Germino da Terra
Enviado por Germino da Terra em 06/06/2024
Alterado em 21/07/2024


Comentários

Site do Escritor criado por Recanto das Letras