O “efeito placebo”, Professor Hermógenes
A tecnologia médica mais atual já faz tímidas incursões no mundo invisível e sutil, no reino da magia. Quando necessário, bons médicos lançam mão de uma versão científica de magia ao prescrever placebos. São substâncias sem o mínimo valor farmacológico, sem qualquer princípio curativo, isto é, são remédios de “mentirinha”. No entanto, produzem os mesmos efeitos de uma determinada droga indicada para o caso. Até parece mágica. Por que tais substâncias conseguem tão admiráveis reversões? Porque quando as ingere, o paciente está firmemente convencido da competência profissional de seu doutor e do poder curativo do pseudo-remédio. Graças à fé, o organismo reage no sentido do alívio ou da cura. Harvey Day mencionou um caso histórico de um médico que restaurou a saúde profundamente abalada da Condessa Maldouet com uma fórmula que, de tão eficiente, ela depois passou a amigas, as quais igualmente foram curadas. A fórmula estava em latim e traduzia: água da fonte + repita o anterior + água destilada + nada mais. Como se vê, água pura faz milagres. O que ocorreu foi o mágico e inusitado “efeito placebo”, do qual a medicina, ainda em grande parte obstinadamente materialista-mecanicista, desconhece o “mecanismo”. Só sabe que existe, mas não sabe explicar como e por que acontece. Como poderia conhecer?! É um fenômeno próprio de um campo sutil do universo, fora do alcance da normal formação profissional do médico. Mesmo incapaz de explicar o “efeito placebo”, a medicina se aproveita dele até mesmo em austeras pesquisas de novas drogas. O “efeito placebo” é magia, pura magia, sem tirar nem pôr. Ao receitar uma pílula “faz de conta”, o médico, embora sem o saber, pratica uma nítida liturgia mágica, com a qual sugestiona a mente do paciente, já predisposto a acreditar no seu doutor. Acionado pela convicção de que vai ficar bom, o corpo do paciente detona a produção de leucócitos, enzimas, hormônios, neurotransmissores, neuropeptídeos, o que for necessário; o sistema energético e as emoções e sentimentos favoráveis desencadeiam tudo o que for preciso e eficaz e na dose certa para reverter o quadro. Seja por selecionar os pensamentos e os termos mais adequados para expressá-los, seja pela tecnologia conhecida como mind control ou pelo método de reprogramação mensal, seja usando outros meios e modos como a visualização, os gestos rituais, as afirmações solenes, os mantrans, etc., o mago, o sacerdote, o medicine man, o xaman, o adepto da neurolinguística, o hipnotizador de auditório, etc., geralmente alcançam seus objetivos. Em todos esses processos, o “mecanismo” mágico é o mesmo. Eu mesmo, certa vez, quando viajava de navio, consegui uma cura rápida e completa de um aniquilante enjoo marítimo que vitimava uma colega. Só ao desembarcar lhe revelei que a homeopatia milagrosa, que eu lhe dera de duas em duas horas, não passava de água do filtro. Trecho retirado do livro Setas no caminho de volta, Editora Nova Fronteira. Professor Hermógenes
Enviado por Germino da Terra em 07/10/2012
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