o sangue na veia
Marly de Oliveira
Escrevo; logo, sinto, logo, vivo,
e tiro-lhe ao viver a indisciplina que o espraiaria, que o dispersaria, e dou-lhe a minha forma comedida, a que tem o tamanho de um amor que eu guardo, que não gasto, não disperso; amor que se concentra em dura pérola, não pétala, não isto que é um excesso, pois que pode voar; o que me fica de tudo o que acontece e não se altera, de tudo o que acontece e me escraviza, e do que escravizando me liberta. Escrevo; logo, sou quem se domina, e quem avança numa descoberta. Marly de Oliveira
Enviado por Germino da Terra em 20/12/2011
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