abrigo celeste, de Cruz e Souza — de Últimos Sonetos (1905, póstumo)
Estrela triste a refletir na lama, raio de luz a cintilar na poeira, tens a graça sutil e feiticeira, a doçura das curvas e da chama. Do teu olhar um fluido se derrama de tão suave, cândida maneira que és a sagrada pomba alvissareira que para o Amor toda a minh'alma chama. Meu ser anseia por teu doce apoio, nos outros seres só encontra joio, mas só no teu todo o divino trigo. Sou como um cego sem bordão de arrimo que do teu ser, tateando, me aproximo, como de um céu de carinhoso abrigo. Cruz e Souza
Enviado por Germino da Terra em 06/12/2011
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