lá fora, o vento, apenas o vento
Vim ao Paiol Velho pra ir e te deixar. Ano e meio antes, por aí, ouvi o extremo do estremado: Você é tão esquisito aos meus amigos e pares, a mim, ela diz, e rebentando o liame, tornou a me dizer: Vim ao Paiol Velho pra ir e te deixar. Nem tento esgrimir. Bebemos, conversamos, trepamos. Lá fora, o vento, apenas o vento. Muitas cartas, muitas músicas, enviei. Telefonemas. Nenhum retorno. Em suas conveniências, ela dava um oi, gato, e reaparecia. Movido, cheio de surpreendências, eu a recebia. Aliterei que vinha quando lhe convinha — nada tendo o que fazer em seu terreiro de prazeres, vem quando convém.
O vento vinha ventando
Pelas cortinas de tule. (Quintana, sempre ele, a me socorrer) Bebíamos, conversávamos, trepávamos. Lá fora, o vento, apenas o vento. Entram primaveras e verões; os outonos e os invernos. Bebemos, conversamos, trepamos. Lá fora, o vento, apenas o vento. Um dia percebi o movimento do tempo, sua aeragem. Ateei a mim, abri janelas e a porta, desempenei-me — saí. Viro vento, logo ventania. Bebendo, conversando, trepando. Lá fora, o vento, apenas o vento. Por ser da calmaria, não soube controlar a ventaneira do fole que me move. Fui... indo... inda meio fora do ponto — rateando uns uns. Bebo, converso, trepo. Lá fora, o vento, apenas o vento. Inverti o gênero da poeta, pus um I depois do segundo X: Sou um homem do século XIX disfarçado em século XXI. De boca seca, olho o terreno vazio, ouço blues e os passarinhos. Lá fora, o vento, apenas o vento. Germino da Terra
Enviado por Germino da Terra em 13/08/2011
Alterado em 08/10/2011 Copyright © 2011. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. |